Musica se associa á poésia.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Um feliz ano de 2011 a todos blogueiros.

Imaginem que eu sou todas as letras e palavras deste blog! Essas letras e palavras querem deixar para todos vós, um um grande abraço e que o ano de 2011 vos dê tudo o que desejo, também, para mim. Muita saude e amor.
Recados para Orkut

terça-feira, 21 de dezembro de 2010



Supõe-se que o Natal
Foi o dia de nascimento de Jesus,
Ele é ídolo de alguns crentes
E acabou por ser morto numa cruz.

Sua mãe se chamava Maria
Seu pai era o carpinteiro José,
Seu filho veio para a salvação
E alertar para que tenham fé.

Quando me deram a conhecer
A historia desta família,
Pelo Natal nos fazia recordar
Esta história com alegria.

Mas hoje desta história
Já mal se houve falar,
É melhor o pai Natal
Que põe o comércio a funcionar.

E até há mesmo quem
Sinta vergonha da história falar,
Os mais novos nem a conhecem
Só serve para prendas comprar.

Mas tenho uma grande tristeza
Da fome que vai pelo mundo,
Quantas delas estão em sofrimento
E quantas morrem num segundo!

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domingo, 5 de dezembro de 2010

SEM EIRA NEM BEIRA


Sinto uma tristeza tão grande
Saber o que os pobres sofrem,
Os que não tem onde dormir
Em qualquer lugar eles dormem.

Não têm eira nem beira
Não tem um caldo para engolir,
Suportam todo o inverno
…Num banco de jardim a dormir.

Equipas de voluntários
Por toda a cidade andam a correr,
Na busca de alimentos
Para esta gente poder comer.

São gente que vive triste
Farrapos e papelão é sua cama,
Com temperaturas a zero
Dormem mesmo até na lama.

Meus olhos não têm mais
Lágrimas para verter,
Em minha face já escorreram
Ao ver esta gente a sofrer.

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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A carta que me fez voar


Deitado na arei
Á beira-mar,
Lá longe no horizonte
Vejo o sol afogando-se
Pouco a pouco
Nas águas azuis
Do oceano.
Tão só
Ali fico…
Vai-me fazer companhia
A escuridão da noite.
Uma lágrima triste
Em meus olhos surge
Querendo deslizar…
Em minha face.
No céu,
Uma gaivota
Esvoaça até mim,
Em seu bico
Traz uma carta.
Ao abri-la
Escuto uma voz
Que diz:
-“Amo-te… vem ter comigo”.
Levanto-me, sorrio,
Mas não sei…
Para onde ir,
Se para o Norte
Ou para o Sul,
Se para Este
Ou para Oeste!
Essa voz
É tão suave
Que fecho os olhos,
E me sinto suspenso
Pairando no ar!
Vou voando
Por cima de montanhas,
Rios, selva e rochedos…
Tudo fica para traz.
Quando paro…
Estou num lugar
Onde vive alguém
De beleza sem igual…
…Pronta a curar o meu mal.

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As flores do meu jardim (Autor desconhecido)



Cartas - Mensagens e Imagens!


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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A Guerra do Golfo



Apetecia-me fazer um poema,
Não sei se alegre ou triste
Só sei que tenho pena
Da paz que não existe
Desta coisa má que é a guerra
Que aflige todos os seres da terra.
A guerra acabou
Disseram na televisão
Mas toda a gente achou
Que não acabou, não!
Agora que comecei o poema,
Sei que ele não pode ser alegre,
Pois muita gente sofre,
Muita gente morre,
Só porque o senhor Saddam Hussein,
No seu egoísmo disse sim,
Á guerra nuclear,
Aos mísseis, aos tanques,
E às armas químicas.
É triste!
Saber que existe
Não só um Saddam Hussein,
Mas muitos,
Por esse mundo fora.
Eu queria que toda a criança,
Não tivesse fome,
Mas esperança,
Que não tivesse dor,
Mas amor.
Eu queria que o meu poema
Lembrasse também algo de bom,
De alegre e feliz
Então eu vou pensar,
Que as flores estão a desabrochar,
A natureza é bela e está a brilhar,
Porque a primavera está quase a chegar.

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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

José filho de Jacó vendido pelos irmãos


José filho de Jacó
Por seus irmãos foi vendido,
Foram dizer a seu pai
Que feras o tinham comido.

Foi para o Egipto governar
No tempo da eucaristia,
Mandou semear searas
De trigo que não havia.

Jacó resolveu mandar
Comprar trigo a faraó,
Por não ter que comer
De sua família tinha dó.

E quem lhes havia trigo vender?
Seus irmãos reconheceu,
Retirou-se e deu um aí!
Mas a seus irmãos apareceu.

Perguntou-lhes pelos seus pais
Se o pai já havia morrido,
Um deles lhes respondeu…
Nosso pai ainda é vivo!

Connosco os três somos onze
Tem ainda oito filhos consigo
Só de José não sabemos
Por nós irmãos foi vendido.

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domingo, 12 de setembro de 2010

Meu sonho para com os pobres



Numa noite eu sonhei
Que o Euro milhões ganhei
Mas depois eu pensei
O que é que com ele farei?
Há… já sei!
Casas para pobres construirei.
Um engenheiro procurei
Arquitectos e pedreiros contratei.
No dia em que as entreguei
Muitos abraços lhe dei
E muitas lágrimas também chorei.
Daí em diante eu passei
A morar com eles e os amei
Escolas também lá coloquei
Era visto por eles como um rei
Com eles jogava cartas e nunca ganhei
Mas sempre com eles no centro fiquei
O pior, nesta história, foi quando acordei
E vi... que era um sonho e me revoltei!

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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

DE CABINDA AO CUNENE



Por ter ido ao Kwanza Norte
Me enchi de tanta sorte.

Bebi água do Bengo
Agora sou mulherengo.

A mulher de Benguela
Não há outra como ela.

Na província do Bié
Uma mossa me fez café.

Tomando o pau de Cabinda
O pénis arrebita ainda.

Eu vivi no Kwanza Sul
Onde o céu era mais azul.

Tive uma paixão no Cunene
Ela se chamava “Suzene”.

Da cidade do Huambo
Saí e fui ao Lubango.

Entre a savana da Huíla
Vimos um grande Gorila.

Na capital Luanda
Andei por toda a banda.

Com amigos em Lunda Norte
Ao lado deles me senti forte.

Também fui a Lunda Sul
E comprei lá um bule.

Na noite quente de Malanje
Vi dançar um Quinganje.

Também tive de ir ao Moxico
Para ver o meu avô Chico.

Nas farras de Namibe
Todos dançavam o Caribe.

Um dos meus amigos do Uíge
Tinha o nome de Caníge.

Passando pelo Zaire
Me ofereceram lá um Xaile.

E até ao Kuando Kubango
Eu ia de vez em quando.
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sexta-feira, 30 de julho de 2010

O nossos dias na selva


À borda do rio H’Nia
Numa piroga eu seguia,
Por todo o lado eu via
Macacos que subia e descia.
Para todos eu sorria
Enquanto pitangas comia
E suco de coco eu engolia,
Deu-mo um Caféco bela e esguia
Que tinha um cheiro que me atraía.
Com meus amigos Morufo bebia
Logo, logo a cabeça zumbia
O Paulino já dormia
Acordou com a chuva que caía…
Para a sanzala regressamos
Mas nem peixe nós pescamos!...
Também fome não passamos,
Nossas mães que tanto amamos
Fizeram calúlú de quiabos que apanhamos,
Batata-doce... nós assamos.
No fim nos abraçamos
Para nossas casas regressamos
Nas nossas camas sossegamos.
Ao nascer o sol acordamos
Com mamão e papaia matabichamos
Juntei-me ao clã que criamos
E outra nova aventura... nós desfrutamos.

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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Visita a Benguela



Quando eu voltei a Benguela
Desatei a chorar,
Vi toda aquela gente
Querendo me abraçar.

Guy, Mariane e Florentino
Me levaram lá a um bar,
Apareceram as famílias
Me convidaram para seu lar.

Calúlú, peixe seco com funje
Foi o que me deram ao jantar,
Andava com tanto desejo
Que comi até fartar.

Já noite dentro me levaram
Por Benguela a passear,
Paramos á beira-mar
Para aquela beleza apreciar.

Senti-me num paraíso
De uma beleza impar,
Ali por onde andei…
Só imperava… o verbo amar.

Depois, ali em Benguela
Nem queria recordar,
Os longos anos que passei
Sem poder ali voltar.

Ao regressar chorei tanto
Ninguém consegue imaginar,
Abracei-me a todos eles
E disse adeus… aquele lugar.

De manhã quando acordei
Comecei a racionar,
Peguei caneta e papel
Apontei… que isto foi a sonhar!

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sábado, 24 de julho de 2010

Esperando sem desesperando


Lá longe ao por do sol
No horizonte vejo o mar,
Ele banha um continente
Onde vive alguém de bonito olhar.

É uma mulher formosa
De predicados sem fim,
Tanta vez penso nela
Adorava te-la ao pé de mim.

Ó sol, tu que aqui passaste
Leva-me este recado,
Diz a essa linda mulher
Que preciso dela a meu lado.

Sinto um vazio tão grande
Encontro-me muito carente,
Na vida posso ter tudo
Mas sem ela... vivo doente.

Minha esperança não morre
E em Deus vou acreditar,
De um dia poder vir a ter...
Essa mulher para amar.

E ela pode ter a certeza
Que lhe darei muito amor,
Tenho uma alma bem grande
Sou dotado de grande valor.

Vou esperar até que um dia
A minha vida possa mudar,
Preciso muito de ser feliz
E ter o sol... para nós a brilhar.

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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Coração porque sofres?


Levo a minha vida complicada
E anda tão enrolada,
Sinto-a tão amargurada,
Nunca encontrei a pessoa amada,
Que me ponha a vida estabilizada.
…Trago-a tão stressada
A vida tem de ser apoiada,
Por isso procuro uma fada,
Que me faça a retirada,
De ter caído numa cilada
Foi mais uma cabeçada!
Vida como esta não esperava,
Já chorei de cara lavada,
E sofro de voz calada,
Com a alma despedaçada…
Que esta tristeza seja abafada,
E minha vida… volte a ser normalizada!

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sexta-feira, 16 de julho de 2010

"Ninguém me consegue calar"

Não me sinto Deficiente
Só sou, sim, é Diferente!
Eu sinto-me gente!
E muito inteligente,
Com uma alma quente.
Que ninguém me apoquente!
Sou como água de nascente
Cristalina e transparente…
Neste mundo o ambiente
Está em fase decadente!
Eu sou um sobrevivente
De lutas que eu enfrento,
E não sou impaciente,
Levo tudo calmamente,
Neste mundo… tão doente!

Isto posso informar
"Ninguém me consegue calar"
E até vou ignorar…
Quem de mim… desdenhar!

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terça-feira, 13 de julho de 2010

Procurando a alma gémea


Caminhei pelo mundo sem ti
Procurei mas nunca te vi
O tempo passou e eu sobrevivi
Por todo a lado amigos colhi
E quanta falta de ti senti
Mesmo tão só eu me ergui
Agora parei por aqui
De tanta carência sofri…

…Não sei se sonhei
Que agora a encontrei
E que logo me apaixonei
Como! Eu mesmo não sei
Da tristeza me levantarei
O passado esquecerei
Não te tenho mas esperarei
Mesmo distante te amarei
Até o dia que partirei

domingo, 11 de julho de 2010



Esta mulher me calienta
Neste sitio onde ela se sente
Naquele belo Ambiente
Tem tanta coisa diferente.
Em tudo se conjuga
Tem o verbo amar
Que me põe a sonhar,
A pose desta mulher
As dunas, o céu e ela…
Não sei o que ela mais quer!
Mas a formosura desta mulher
É a que meu coração quer.
Ó Deusa musa minha
Tu parece uma rainha...
Que fotografo teve a agilidade
De tirar foto com tamanha qualidade!
Aqui está a pura natureza
Construído com grande pureza
E é de grande nobreza
toda esta grande beleza.

Abençoados pelo mar


Sentado,
Naquela praia deserta,
Eu via o mar...
Querendo-me abraçar.
Rolava… direito a mim
No horizonte… a água sem fim,
E eu ali espancado fiquei,
Para o lado eu logo olhei,
Logo, logo eu ali notei…
Que uma mulher me mirava
E um livro, ela desfolhava,
Enquanto sua boca sorriu.
Foi um sorriso tão doce…
Meu coração logo acelerou
Quando ela me olhou,
Com seu olhar me cegou.
Vi a onda desaparecer
Na imensidão daquela água
Corri para junto dela
…logo me abraçou.
Seus lábios em meus se colaram
Nossos corpos n’areia rolaram
Senti-me todo a tremer
Nem sei o que estava acontecer
Eu me levantei…
Em sua mão peguei.
Naquele mar nós entramos
Na certeza nos amávamos,
E quando do mar saímos
De mãos dadas juntos seguimos.
Na certeza de nos amar
Pois o mar… continuava a rolar.

quinta-feira, 8 de julho de 2010


Num deserto exótico Africano
Na noite quente de luar,
Ouço um ribeiro que corre
E a passarada a cantar.

Na tenda real a rapariga
Escrava ajoelha-se aos meus pés,
Sou seu Rei e senhor
Mas benevolente e de boas marés.

Todo o ar está saturado
Do seu exótico perfume,
As carícias que ao macaco dá
Deixam-me cheio de ciúme.

Ela atreve-se a olhar
Nos meus olhos pela primeira vez,
Nossos corações batem, batem
Enquanto descubro sua nudez.

Ela sabe que me pertence
E é a razão do meu viver,
Fazer tudo o que eu lhe pedir
Dar-me amor e muito prazer.

Nesse deserto tão exótico,
Passa-mos toda nossa vida,
Vou desfrutando da felicidade
Dessa mulher que me é querida.

Desta floresta não vou sair
Para sempre cá vou morar,
Deita-te comigo e vem dormir
E que não seja só a sonhar.

PASSEIO DE FÉRIAS


Um dia fui passear
Numa nave espacial,
Para umas férias diferentes
Não sabia onde ficar.

No local mesmo ideal
Foi lá que a nave parou,
Maravilha!... desci logo
Meu coração interrogou.

Que terra linda era aquela
Depressa fiquei sabendo,
Que era Angola afinal
Que um dia me viu crescendo.

Amigos, muitos encontrei
Entre, aquela gente Angolana,
Com eles fiz piqueniques
Onde havia muita banana.

E na hora da partida
Uma lágrima limpei,
O meu lencinho acenei
E bastante eu chorei.

Para onde vai agora?
Na nave me perguntaram,
Leve-me até à Gabéla
Onde tanto me amaram.

Decidi ficar por lá
Nas lindas terras do Amboim,
Todos quando me lá viram
Correram em direcção a mim.

Na hora de seguir viagem
Segui minha intuição,
Mandei parar a nave
No meio daquele sertão.

Terra bela naquele deserto
Com seu povo tão gentil,
Que bela recepção
Estava no mês de Abril.

Quiseram saber de onde vinha
De Portugal, respondi eu,
E ficaram encantados
Por verem quem com eles viveu.

Tudo estava como deixei
Tudo mesmo original,
Fui recebido pelo o povo
Com um abraço fraternal.

Com meus olhos chorando
E com um sorriso encantador,
Mandei chamar aquela negra
Por quem senti muito amor.

Tinha casado e já com filhos
Fiquei muito amargurado,
Virei-me p’ra trás chorando
Com o coração despedaçado.

Depois ela me disse
Que o marido morreu na guerra,
Para eu não me ir embora
E ficar ali com ela.

Pedi autorização ao Soba
Para na aldeia me acolher,
Houve festa de grande pompa
Só parou com o dia a romper.

MÃE NEGRA


Com muito carinho a todas as mães de Angola.



As mulheres de toda Angola
No dorso levam seus filhos,
À cabeça seguram vasilhas
Ou vão sachando os seus milhos.

Por entre a floresta
Mãe negra procura lenha,
Vários frutos trás com ela
E na boca sua “Macanha”.

Com pequeno sacho mexe a terra
E a mandioca vai plantando,
Depois volta para casa
E numa fogueira vai cozinhando.

Faz calúlú com quiabos
Ou “muamba” de Galinha,
Com pirão de mandioca
Ou de milho, fina farinha.

Não vive com complexos
É uma mulher especial,
Os peitos e as coxas ao léu
Tudo nela é natural.

Foto: Mulher de etnia Kwanhamas. Sul de Angola. Esta é a mais antiga etnia de toda a África, onde a maioria vivem completamente nus. A riqueza de cada família é notada pela quantidade de pulseiras que vão colocando nos pés.

A CUBATA


Cubata, a musica que ainda hoje canto




Cuidado com essa brincadeira
Se você partir a cubata,
Mulata vai ficar zangada
Se você partir a cubata.

Aquela cubata toda feita de lata
Foi a Mulata, foi quem fez,
Quando chegar o Carnaval
Ela vai tocar batuque na cubata de lata.

Mulata, vai ficar zangada
Vai ficar zangada se partir a cubata, vai...
Quando chegar o carnaval
Ela vai tocar batuque na cubata e lata, sim...

Dedico a todos Benguelenses - Angola

Sentei-me à beira de rio Catumbela
Por perto estava um cubata,
Dentro dela um casal
Armara uma grande zaragata.

Gritei e perguntei
O que se passava ali afinal,
Diz-me o homem muito bravo
Que a mulher lhe matara o melhor animal.

A mulher vira-se para mim
E responde com clareza,
Se o não matasse o que deitaria
Na refeição na nossa mesa.

Era um galo afinal
E o único da capoeira,
Convidaram-me para a refeição
Apanhei uma bebedeira.

Foi comer até fartar
A moamba estava apetitosa,
Bebemos umas cucas
As crianças beberam gasosa.

Na sobremesa comeu-se manga
Da linda terra de Benguela,
São gostosas como as moças
Daquela terra tão bela.

Em Benguela eu fiquei
Dias da minha mocidade,
E vi que as mulheres mais lindas
Eram as daquela cidade.

São belas por natureza
Com um sorriso especial,
No seu coração tem nobreza
Nunca vi mulher igual.

VIAJANTE PERDIDO


Sou um viajante
Que caminha por uma estrada
Com muitos espinhos e escassas rosas
Mas as poucas que encontro são Formosas,
Perfumadas e carinhosas.
Já cansado de lágrimas verter
Nas encruzilhadas do meu caminho,
A uma rosa eu peço, que me ensine
O caminho que procuro e não encontro.
O caminho que me leva ao jardim da felicidade
Jardim este perfumado, exótico e sem espinhos
Onde existe uma flor
Que me dê, muito e muito amor.
Talvez tu, ó mar..! que não deixas de rolar
Tu que és o maior dos continentes,
Que já conheceste todos os sítios da terra…!
Diz-me, diz-me por favor…
Onde encontrar esse amor!

SONS DE ANGOLA DENTRO DE MIM


Tenho os sons de Angola
Dentro de mim...

Quando a noite cai
Chegam-me ecos
de Katxa-Katxas
e Reco-Recos
Mpwitas e Tchingufos
E mãos voando
Sob a força de Marufos.
Chegam-me sons...
De Marimbas
Cruzando com Kissanges

Tenho os sons de Angola
Dentro de mim...

E quando
O Grande Tocador me chamar
Irei, de guizos nas mãos
De boca sorridente
Juntar-me... aos meus irmãos
Na Grande Festa
Na Angola mais Deserta.

Chuva na minha Sanzala


Hai-ué… quando a chuva caía
Na terra que amo tanto,
O cheiro invadia-me a alma
Por todo o lado era um encanto.

Na sanzala crianças saltavam
Para se exporem de baixo dela,
Era tão gostosa aquela chuva
Que eu até sonhava com ela.

Quando estava para ir embora
No horizonte um Arco-íris colorido,
A paisagem se tornava tão bela
Por todo o lado se sentia o cupido.

Na manhã seguinte o sol trazia
Com seus raios pelo arvoredo,
Uma luz de tanta esperança
E em nós deixava um segredo.

O segredo de uma química
Que aquele habitat nos ligava,
Conhecíamos os segredos da selva
E o quanto ela nos amava.

Era assim naquela selva
Na aldeia dos meus “cambas”,
Não mais poderei saborear isso
Daqui lhes mando umas “mucandas”.




Nota: "Camba" = Amigo, "Mucandas" = Cartas

terça-feira, 6 de julho de 2010

Os sons da minha selva e os da savana


No meio da Selva eu estou
Às vezes também na Savana,
Os sons que a mim chegam
Alegra coração que vive em chama.

Escuto as águas das cascatas
Os gritos dos Macacos e Kwitas,
Com cantares de belos Pássaros
E os gritos das Criancitas.

Isto se passa á beira-rio
Por baixo de grande arvoredo,
Convidando-me a ser feliz
E perder todo o meu medo.

Estes são os sons do dia
Os da noite vem a seguir,
Então começa pelo Javali
Com seus dentes cócónóte partir.

Vem ainda a gritar da Onça
E os berros de uma Palanca,
Com o rugir de um Leão
Na savana da Mayanca.

Ninguém consegue imaginar
Aquele som de que estou a falar,
E como não posso lá continuar
Aos meus seguidores o quis contar.

Selva, Savana, Povo querido
Nunca vos consigo esquecer,
Muxima yangue está sofrendo
Vou ficar assim até morrer.


Tradução de palavras: Kwitas = nome de um animal parecido com uma ratazana mas maior que um coelho. Cócónóte = caroço do bago "Dendem" do caxo de onde se estrai o óleo de palma. Onça = Animal feróz parecido com o Leopardo mas, em vez de ser amarelo é branco (também com pintas). Palanca = animal um pouco mais pequeno que um boi e com chifres compridos e afiados. Mayanca = nome de um lugar na nossa savana. Muxima = coração. Yangue = meu.

O Sol da minha terra


Quando o despertador da selva
Nos fazia acordar,
Por traz dos morros eu via...
Raios de sol a brilhar.

Quem vivesse dentro da selva
Ainda teria de esperar,
Que o cacimbo por lá existente
...Tivesse que levantar.

Ai que cacimbo tão gostoso!
Sua essência perfumada,
Com perfume tão exótico...
Que nos lembrava a nossa amada.

E o sol ia subindo
E o cacimbo desaparecendo,
Sol e nuvens á mistura...
Sem contarmos… estava chovendo.

Mínima 15, máxima 30
Era a temperatura no Amboim,
Enchendo-nos de alegria
Onde tudo o que existia... era para mim.

Cai a noite... e no horizonte
Savana e céu se misturavam
Céu cinzento, azul avermelhado,
Rugia o Lião... lá longe irado.

Na minha terra é só magia
Sentia-a como um perfeito jardim,
Por todo o lado em que olhava
Via tudo sorrindo... só para mim.

Sou suspeito por assim falar
Daquela terra tão querida,
Mas não quero nem saber...
Em mim viverá para toda a vida!

vocabulário: "Morros" = Montanhas. "Cacimbo" = Nevoeiro. "Amboim" = Nome da região onde eu vivia.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Dedicatória aos Angolanos Negros com muita gratidão


Sangue é vida

Cada vez que me recorda
Sinto o coração a sofrer,
De uma triste história
Que nunca irei esquecer.

Pois num certo dia estava
Brincando com meus amigos,
Lá no meio da savana
Onde havia grandes perigos.

No meio daquele ambiente
Paisagístico e humano,
Deu-me uma crise de tosse
Desmaiei se não me engano.

Logo saltou uma golfada
De sangue saindo do pulmão,
Como tinha desmaiado
Ali tombei para o chão.

No hospital da Gabela
Tentaram me socorrer,
Foi um negro que me deu sangue
Se não fosse ele eu iria morrer.

Só ele era possuidor
Do mesmo grupo do meu,
Ele me ofereceu vida
Grato te fico irmão meu.

Aquele sangue era puro
De raízes bem Angolanas,
Colei-me àquela terra
Ó coração… tanto a aclamas.

Se não fosse aquele negro
Eu teria mesmo morrido,
Por isso não me sinto branco
Sou daquele povo querido.

Meu violão me acalmava


Nasci, cresci… não sei o que sou
Nunca sei do futuro mas sei do que passou.
Passaram momentos de coisas reais
Sorri muita vez mas também tive muitos ais!
Guardo relíquias de grande valor
Não as troco por nada, lhes tenho amor.
Amor da terra que é minha mãe
Com seu sopro de vida… hoje me sinto alguém.
Alguém que carrega no peito uma dor…
Nos momentos mais tristes sinto falta de calor.
Calor que arrepie todo este meu ser
Ser homem não conta quando não temos prazer.
Prazer de que? De tudo na vida
Se alguém me chamar procuro partida!
Partida para onde deixar o coração
Que saudades eu sinto de meu violão.
Violão que construi com muito amor
Tocava e cantava… para abafar minha dor!
A dor que sentia por não ser como os outros
E os outros que via me punham a pensar!
Corriam, brincavam… e eu ali a olhar!
Brincavam com tudo que lhes viesse a mão
Em meus olhos as lágrimas me caiam ao chão.
Colocava a viola tocando baixinho…
A donzela aparecia… e me dava carinho.

Poema a Angola


Angola geograficamente
É a rainha das nações,
Sua natureza tão pura
Nos invade os corações.

De pequenino a conheci
Por ela me apaixonei,
Quando a tive que deixar
Só eu sei o que chorei.

Me pareceu como um filho
Quando perde a sua mãe,
Não a perdi só a ela
Mas os meus amigos também.

Tem potência em riqueza
Para sustentar os seus filhos,
Todos desejavam a independência
Mas meteram-se em sarilhos.

Imagino aquela mãe
Ver seus filhos com fome,
Não lhes podendo valer
Seu coração se consome.

A Deus todos os dias
Peço que justiça seja feita,
Aos que estão no poder
Tem de ser feita uma colheita.

Seus filhos já sofreram
À procura da igualdade social,
A terra é de quem a ama
E todos terão de viver por igual.

SORRISO DE CRIANÇA

I


A Raça Humana
Não tem cor,
Tanto sorri o branco
Como o negro sente dor.


II


Não me senti nada diferente
Por entre aquela gente,
Onde salta também Criança
Sorri e tambem é crente .


III


Criança daquele Mundo
Vivem sempre a sorrir,
São filhos de humildes mulheres
Que também sofrem ao parir.


IV


Pegam num pedaço de pau
Com ele fazem um brinquedo,
Na poeira brincam e no capim
E não há nada que lhes meta medo.


V


Com eles eu cresci
Brinquei e me fiz homem,
Hoje distante, eu me encontro
Em meu coração elas dormem.